1.7.16

Serviço da dívida

Ao serviço da dívida me têm aqueles
a quem nunca deixei dúvidas de ser
qualquer coisa mais do que eles próprios
poderiam ser.

Tal qual um carro desgovernado pelas
estradas onde caniços se alinham nas
bermas alimentados pela água das chuvas
e dos radiadores. 

Ao serviço da dúvida me ofereço um dia
atrás do outro perseguindo a dívida que 
contraio comigo mesmo e, ao que parece, 
nunca chega, nunca chego.