17.7.16

Névoa

Por aqueles dias escrever não era uma
inspiração, tal como a névoa caía feito
chuva sobre as cabeças dos veraneantes
confusos com a situação meteorológica

habitual naquele lugar. Também todas as
promessas de que aquele seria o último 
livro eram consideradas vãs, pois esta 
sede não se oferece a ciências nem a

crenças, esquece-se quando saciada para
regressar, brutal, quando seco transparece
o coração. Os pés sujos e negros pesavam

sobre uns chinelos baratos, marcas de pedras
assentando sobre a planta, território neutro
de uma luta que insistes em não compreender.