Por aqueles dias escrever não era uma
inspiração, tal como a névoa caía feito
chuva sobre as cabeças dos veraneantes
confusos com a situação meteorológica
habitual naquele lugar. Também todas as
promessas de que aquele seria o último
livro eram consideradas vãs, pois esta
sede não se oferece a ciências nem a
crenças, esquece-se quando saciada para
regressar, brutal, quando seco transparece
o coração. Os pés sujos e negros pesavam
sobre uns chinelos baratos, marcas de pedras
assentando sobre a planta, território neutro
de uma luta que insistes em não compreender.