Auguro um mundo onde se veja só com
os olhos, para que cinematográfica se possa
tornar a vida, finalmente. Porque o aquilo que
se deixa ou passa a ver com a mediação do
cérebro, acaba contaminado com a leve
sensação de que aqui andamos apenas
para nos magoarmos uns aos outros. Melhor,
então, esperar essa hora em que a nossa
cegueira não seja existencial, que se possa ver,
de todas as coisas, um e outro lado, sem que
isso transforme aquilo que olhamos mas, sim,
aquilo que temos em nós. E seria após o
recebimento dessa dádiva que, crescidos e
coerentes, poderíamos começar a pensar.