13.7.16

Contracampo

Auguro um mundo onde se veja só com 
os olhos, para que cinematográfica se possa
tornar a vida, finalmente. Porque o aquilo que
se deixa ou passa a ver com a mediação do 

cérebro, acaba contaminado com a leve 
sensação de que aqui andamos apenas 
para nos magoarmos uns aos outros. Melhor, 
então, esperar essa hora em que a nossa 

cegueira não seja existencial, que se possa ver,
de todas as coisas, um e outro lado, sem que 
isso transforme aquilo que olhamos mas, sim, 

aquilo que temos em nós. E seria após o 
recebimento dessa dádiva que, crescidos e 
coerentes, poderíamos começar a pensar.