Em certos momentos do dia, um enjoo tomava-lhe o corpo todo, como se estivesse prestes a vomitar ou a perder os sentidos. Custava-lhe a caminhada, doíam-lhe as costas e os pensamentos iam ficando afetados, sempre mais, por essa tomada de consciência da morte como espetáculo doloroso.
Não lhe podia chamar doença, até porque tal enjoo não tinha cura. Um inspirar mais fundo sobre as dores nas costelas ou uma chamada de atenção para um qualquer pormenor outro da vida faziam com que tudo voltasse a estar bem. Foi acreditando que tal coisa só podia ser consequência dos livros que andava a ler.
Só nos livros as pessoas enjoam e desenjoam sem mais qualquer explicação.