Todos guardamos alguns fantasmas, alguns fantasmas que gostaríamos que desaparecessem. Talvez por isso eu viva tão obcecado pelo desaparecimento. Há muitos anos, durante o sono, um fantasma cumprimentou-me. Eu era pequeno, demasiado para compreender, mas já crescido o suficiente para nunca me esquecer.
O tempo passou e eu fui-me convencendo de que era coisa de crianças.
Esta noite, durante o sono, uma luz acendeu-se dentro dos meus olhos. O fantasma estava lá. Não era bem o mesmo, mas já passou tanto tempo, como me poderei lembrar com alguma exatidão? Veio só para dizer que estava presente. Para garantir que eu não me esquecerei dele. O fantasma. O sacana do fantasma.