28.3.12

Poetas

Cansavam-no os poetas. Com as suas poesias e as suas palavras medidas a regra e esquadro. Com as suas manias e as suas decisões definitivas sobre o nada. Com os seus epítetos e nomes velhos. Com os seus versos, tantas vezes repetidos, com as vozes, finas e estridentes, cheias de mofo. Acima de tudo, cansavam-no os poetas. No seu íntimo, ele apenas desejava que eles desaparecessem. De vez.