Foi brutal a
devoração.
Os corpos
vivos em multiplicação,
a raiva bem
feroz nos dentes.
Ninguém mais
acima ou
abaixo da terra.
Ninguém mais
de dentes verdes.
Nenhuma
aldeia, habitante.
O pastor
lívido, sobre uma árvore,
sem saber se
vivia ou se sonhava.
O pastor
lívido sem qualquer reacção.
Ele era o
pastor,
conhecia a
palavra e o destino.
Ele conduzia
o rebanho,
sem pensar,
à sua perdição.
Ele
inaugurava a sua solidão,
muito antes
de ser sozinho.
O pastor
lívido perante o vazio,
onde nem
sobrou a decomposição.