2.4.12

Ovos

Em busca dos ovos, ela andava em busca dos ovos. Os olhos pequenos, os cabelos despenteados, uma tarde de chuva à entrada de abril. Pela rua, por entre os poucos carros ali estacionados. Procurava os ovos, os ovos da Páscoa, que avó lhe dissera que poderiam estar em qualquer lugar. “Já vi na casa inteira, não estão lá”, disse-me ela, a respiração alterada. Eu cocei a cabeça, chovia agora mais forte. Tinha trocados os domingos, a idade, as intenções. Segurei-lhe a mão e conduzi-a para casa. Era mais do que hora de tomar a medicação e descansar.