existem uns poemas meus dos meus cinco, seis anos, em que um qualquer avaliador a posteriori poderia encontrar já uma grande parte daquilo que é a minha escrita: uma mistura entre coisas sérias e menos sérias, uma conjugação de um erudito (na altura imperceptível, quase) e um rapaz qualquer. algures entre essa idade e esta, vinte anos passaram, e algo me prende indiscutivelmente a essa dualidade. acho que nessa altura já me prendia a magia do papel em branco, mas normalmente atacava-o com mais afinco para fazer listas de jogadores de futebol de todas as proveniências. não guardo em outro lugar que não seja a memória cadernos e cadernos cheios de nomes, equipas, jogos inventados. nisso, eu era um menino como os outros.
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