As coisas simples nascem como as árvores.
Parecem-se com crianças sem esqueleto,
pequenos ramos trémulos e inseguros.
Sussurram-nos desejos, abraçam-nos.
Não te deixes assustar pelas suas palavras.
As palavras nunca feriram ninguém de morte.
Teme antes os seus lábios por beijar
A pele que se insinua candidamente.
Lá fora, todas as lojas estão fechadas.
Vagueias com passos pequenos, marcando
o corredor da casa com o rasto dos sapatos.
As coisas simples soprando como o vento.
Não te deixes consumir pelas palavras
quando a meio da noite abres os olhos.