Tirar, das coisas, o sal. Despir o mundo. Ter a tentação de lhe reconstruir a nudez. Tirar, das coisas, a sua essência. Ora aí está a ambição de quem escreve.
Guardar dentro de si todas as raízes. Recolher na pele as sensações. Aprender o vagar de cada passo, de cada olhar, de cada encontro. Ora aí está a ambição de quem escreve.
Criar, de cada momento, uma oração. Palavras que se encontrem como sussurros. Saber a ciência dos silêncios e das respirações. Ora aí está o início do poema.