Do pescador
constrói-se
notícia
no passado,
é sempre
depois da
morte
mencionado.
Não se lhe
contabilizam
os peixes,
sempre
escassos,
na boca da
prole.
Não se lhe
registam
as palavras,
cruas ou
duras,
à mulher
destinadas.
É a morte
quem lhe
merece
a palavra,
a
recordação,
quantas
vezes,
uma estátua.
Ainda assim,
todas as
noites,
luta o
pescador
para ficar
vivo.
Diria que
luta
para não
existir,
o pescador
que se quer
desconhecido.