O sol vai
descendo
sobre a casa
do pároco
e o barulho
dos pássaros
faz-nos
acreditar
que alguma
moura encantada
sai agora
das ruínas
da velha
vila de Cacela.
Pela calçada
não ecoam
os seus mais
que leves passos
e as sombras
já são parcas
para lhe definir
contornos.
Assim
seguimos sossegados
e seguros no
silêncio do povoado
da velha
vila de Cacela.
Se por
detrás de cada pedra
resiste uma
história por contar
deitemo-nos
sobre a muralha
e deixemos
que seja a ria
a
murmurar-lhe os versos.
Pois que tudo
é livre de se imaginar
na velha
vila de Cacela.
O sol já
caiu para lá
dos muros do
cemitério antigo
e
adormecidos estão
os pássaros
entre as árvores.
Se moura
existe, talvez desencantada
se
transforme pela magia que resiste
na velha
vila de Cacela.