15.1.13

O farol o pescador - 2


Braço roçando o mar,
nunca aprende nesse sal a sentença
que lhe aguarda a imersão
de toda a existência.
O braço detém ainda o poder da fuga
e o seu gesto é feito apenas
de carícia,
ignorante de toda a braveza das águas.
O mar é um ser de raiva,
salivoso e imponderado,
renovando, maré a maré,
a sua injúria à terra.
O braço, esse, recolhe-se.
Procura uma toalha, seca-se.
Faz uso da morte
como hábito de higiene.