Foi então que deixámos de caminhar
em direção ao que seria o nosso futuro
para passarmos a escutar aquilo
que nos faziam crer ser o nosso passado.
Deixámos de lamentar sortes e lotarias,
nunca nos convenceram na aleatoriedade
das sensações deixadas pelas classes fortes,
para nos entregarmos ao entendimento
profundo do que os tempos nos haviam
ensinado. E foi de tal forma pungente
a perceção de que as nossas dores tinham
já cura na entrega às marés de quem lutou
antes de nós, que os barcos puderam
retomar seus rumos sem mais temer o mar.