28.12.15

Regresso

Cabe sempre muita gente naquele café, mas nalguns dias do ano - as festas, os fins-de-semana de verão - o espaço parece bem menor, tal a quantidade de pessoas que querem entrar, provar, comer, beber, consumir. Há já alguns anos que não entrava assim, tão descontraído, num espaço tão cheio e surpreendeu-me ver o meu canto do balcão disponível. Regressei ao lugar onde tudo se vê, a porta de entrada, as diferentes televisões, os bolos ainda quentes a sair da cozinha. Pedi um café, uma água com gás, limpei os óculos, cumprimentei um conhecido. A mulher do lado de dentro do balcão tratou-me com deferência pouco habitual. Talvez até ela tenha percebido a solenidade do momento. Podemos sempre regressar onde gostamos de ser infelizes.