5.4.11

Luís Filipe Cristóvão acompanha o livro da escrita até à livraria



Torres Vedras, Lisboa, 02 abr (Lusa)- Da escrita até à livraria, o percurso do livro está espelhado no quotidiano de Luís Filipe Cristóvão, autor de "Afonso e o Livro", uma história para crianças cujo protagonista procura o livro ideal.

Apesar da azáfama dos últimos três meses de promoção em escolas e bibliotecas em todo o país do livro "Afonso e o Livro", é em Torres Vedras, onde nasceu e onde reside, que Luís Filipe Cristóvão é ainda editor e livreiro, atividades que não esgotam a sua relação com a literatura.

O escritor é também responsável pela organização de eventos literários e pelo Encontro de Escritores de Torres Vedras, além de escrever para teatro e poemas para músicas.

Estas aventuras levam-no a encontrar semelhanças com a personagem do livro, o primeiro para crianças dos seis já publicados.

Afonso "faz grande parte do meu trabalho do dia-a-dia enquanto editor de livros, exceto subir às árvores e correr atrás dos gatos" diz, esclarecendo logo de seguida que quis partilhar com os leitores "a magia de perceber como um livro se faz".

E as semelhanças não se ficam por aqui: as aventuras de Afonso à procura do livro imaginário "estão a sugerir fortemente aos miúdos que eles se tornem leitores" à semelhança da personagem, um exercício de escrita idêntico ao de outras obras suas.

"A minha escrita procura aproximar-se do leitor para o trazer para dentro da história", explica Luís Filipe Cristóvão, acrescentando que, no caso de "Afonso e o Livro", tem descoberto por todo o país "muitos afonsos", crianças para quem o seu livro "foi mesmo o primeiro que leram".

Em contacto com os livros desde muito novo enquanto leitor, pelo "encanto pelas palavras, pelos livros e pela imaginação que nasce da palavra escrita", começou na adolescência a escrever os seus próprios poemas, mas só durante o curso de Literaturas Modernas começou a publicá-los num jornal local e na revista da Faculdade de Letras de Lisboa.

"Nunca encontrei uma função utilitária no poema. Ao pôr as palavras no papel tinha sensações estranhas, uma espécie de terapia pela escrita", refere,

Aos 32 anos, Luís Filipe Cristóvão é autor de outras cinco obras de poesia: "Registo de Nascimento" (2005), "Pequena Antologia para o Corpo" (2007), "E Como Ficou Chato Ser Moderno" (2007), "Santa Cruz" (2008) e "A Cabeça de Fernando Pessoa" (2009).

Depois de "Afonso e o Livro", ilustrado por Amélie Bouvier, o escritor promete para breve outros dois livros infantis.