29.12.14

Estrangeiro

Certas coisas sem perdão
ficaram esquecidas na casa.
As manhãs enquadradas nas
fotografias sobre a cómoda,
os suspiros calorosos
na marquise virada ao jardim,
as luzes apagadas numa cama
onde nunca dormimos.

Não esperaria, assim,
o telefonema, as boas festas,
a plasticidade arrastada
do reencontro.

Por isso se cavam sepulturas no estrangeiro
para aqueles que morreram na guerra