17.10.13

16.10.13

Poesia e Trabalho

Aquele poema de que me esqueci
tão certo e completo
em todas as circunstâncias
do encontro entre
palavra e mundo
terá sido finalmente escrito
por um outro poeta
mais ciente do seu labor

do que eu.

15.10.13

Inspiração e Intenção

Raramente conto
com a inspiração.
Do muito que transpiro
resumo aos poucos
a minha intenção.

14.10.13

Plano e Transgressão

Há que desenhar o plano
e cumpri-lo na perfeição
para que no fundo das horas

se ilumine a transgressão.

11.10.13

O mar está cheio de corpos - V

Enquanto estivermos à margem
estará o mar

cheio de corpos.



A partir de e dedicado a Henrique Fialho.

10.10.13

O mar está cheio de corpos - IV

A história nunca acaba -
não se desalinham as marés.



A partir de e dedicado a Henrique Fialho.

9.10.13

O mar está cheio de corpos - III

Não se salva nunca o homem
apenas

a sua última palavra.



A partir de e dedicado a Henrique Fialho.

8.10.13

O mar está cheio de corpos - II

Silêncio mais profundo
nem do mar

um rumor.



A partir de e dedicado a Henrique Fialho.

7.10.13

O mar está cheio de corpos - I

Mesmo no mais escuro breu
descobriremos um farol.


A partir de e dedicado a Henrique Fialho.

6.10.13

Porque paramos a olhar para uma fotografia?

Porque paramos a olhar para uma fotografia? Porque nos lembra um indefinido momento em que alguém, entre a preocupação de fixar o momento e a velocidade do seu próprio pensamento, deixou que fosse a lente a decidir o que é, afinal, a posteridade.


Título: Tirado no Tejo de Vila Franca para o Cabo no dia 1 de Maio [Material gráfico] Autor(es): fot. Foto Rocha Publicação: 1949 Descrição Física: 1 prova fotográfica : castanho ; 6 x 9 cm Notas: Papel Ridax. - No verso: carimbo quadrangular ao centro "Foto - Rocha / T. Vedras". - Também no verso, manuscrito a tinta azul: "Tirado no Tejo de Vila Franca / para o Cabo no dia / 1 Demaio / 1-5-1949 / Torres Vedras". - Digitalização : BMTV Espólio de Adão Carvalho/ Biblioteca Municipal de Torres Vedras.

4.10.13

Países do Sul

Não escrevo mais
poemas de amor.
Mas também
não teço considerações
sobre a economia
dos países
do sul
de mim.

3.10.13

Garantias

Entregas todas
as garantias
e nada.

Não garantes
o que seja,
tens tudo.

2.10.13

Perder/ Ganhar

Um dia decides ir a jogo
para perder.

E logo aumentam as tuas chances
de ganhar.